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Claudia Philomeno: tradição e bom gosto

Claudia Philomeno é a própria personificação do universo das noivas. À frente da Maison Vip, ela lidera uma ampla e talentosa equipe que veste de forma moderna e clássica as noivas e as daminhas no dia do matrimônio. Confira a seguir um pouco mais dessa mulher que impressiona pela inteligência, versatilidade e leveza:

Como surgiu o interesse e a vocação para se especializar em vestidos de daminhas?

Os vestidos de daminhas vieram a partir das clientes de noivas. Mas a Maison Vip surgiu com a linha de festa, em 1992. Na época, minha mãe, Vitória Philomeno, que sempre circulou nos eventos da sociedade, percebeu a ausência de um espaço com esse serviço de aluguel de vestidos de festa. Aqui em Fortaleza, não havia um local que oferecesse vestidos de bom gosto. E assim surgiu a ideia de alugar. Como não havia essa divulgação por mídias e redes sociais como existe atualmente, nosso trabalho foi muito boca a boca no início. Então, após construir nosso nome, começamos o projeto com noivas, que levou para as daminhas. Resumindo, fomos pioneiras no segmento de aluguel de roupas, mas, hoje, focamos em noivas, damas e 15 anos.

Como você explica o êxito da Maison Vip nesse segmento?

Nos últimos 10 anos, com a aposentadoria da minha mãe, assumi mais sozinha. Foi quando senti que não havia opção de ateliê voltado para vestidos de daminhas, pois a maioria só dava atenção às noivas e percebi essa necessidade do mercado. Então, começamos a investir em conjunto com nosso trabalho com noivas, e esse foco dado às pequenas repercutiu super bem e tem sido um sucesso. Temos uma variedade grande que atende a todos os gostos e estilos de festas.

De que forma define um vestido de daminha como perfeito?

Vestidinho de daminha perfeito, para mim, tem que ter a conotação infantil, tem que ser estilo bonequinha. Não podemos fazer da criança um modelo adulto. Tem que ter cara de criança, com tule, renda, bicos, pérolas, gripuir, além de tecidos nobres, mas infantis, e tudo na medida certa. Nada de muito brilho nem modelos pesados.

O que não pode faltar em um vestido para elas?

Laço e flores, porque é uma característica infantil. Nem que seja um mini laço infantil, mas são eles que formam os detalhes clássicos e delicados.

Quais as principais dificuldades superadas no começo da carreira?

A dificuldade maior que tivemos no início foi quebrar o preconceito de que vestido de aluguel era de mau gosto e não tinha qualidade. Hoje, isso já não existe mais. Com um trabalho bem feito e muita dedicação, modificamos esse quadro e promovemos a credibilidade que temos há anos no mercado.

Quais foram suas principais inspirações no início de sua trajetória e quem te inspira hoje em dia?

A minha inspiração no início foi a minha mãe, porque sempre se vestiu muito bem. Nós aprendemos tudo com ela. Porque, apesar de ela não ser estilista, a nossa avó, mãe dela, Alberta Sabino Aguiar, era estilista e considerada uma “costureira fina” em Sobral. Meu vestido de 15 anos foi uma criação da minha avó. Então, essa história de moda, estilismo e bom gosto já nos acompanha por gerações. Sobre as inspirações atuais, temos um estilo mais clássico e sempre nos inspiramos em estilistas que seguem a mesma linha. Mas temos um conceito próprio, clássico moderno, também para os nossos vestidos de noiva e de 15 anos.

E por que a preferência de vocês por esse estilo clássico moderno?

Porque o clássico torna o modelo atemporal e o moderno traz um toque do que está sendo usado na atualidade. Fazemos essa junção de dois estilos para eternizar o momento. Os nossos vestidos de noivas de anos atrás podem ser usados até hoje.

Então, quais estilistas cearenses, nacionais e internacionais você admira?

Entre os internacionais, a Cocco Chanel, e nacional, a Vanda Borges. Entre os cearenses, uma das minhas amigas queridíssimas, a Simone Jucá. Ela é uma artista cearense.

Como você analisa o cenário atual do mercado de roupas de noivas, 15 anos e daminhas?

Como disse antes, não existia opção no mercado quando começamos. Mas, hoje, há uma vasta oferta no ramo e o que vejo garantir nosso sucesso é a indicação e fidelização do cliente. Isso acontece com as minhas noivas, que trazem suas filhas para fazermos os vestidos de 15 anos delas. E, depois, essas debutantes também viram nossas noivinhas. Sobre a concorrência local, temos estilos muito diferenciados, e isso é bom para o mercado. O importante é fazer o trabalho com responsabilidade e honestidade. Para nós a concorrência é algo normal que existe em todo ramo de atividade. Temos apenas que aprender a respeitar o estilo e o espaço do colega. Mas uma observação que faço é para as pessoas que se lançam no mercado sem qualidade e respeito: o tempo mesmo trata de descartar.

De que maneira você visualiza as produções de vestidos desenhados pela nova geração de estilistas?

Eu respeito o estilo de cada um deles, mas alguns modelos eu gosto e outros não. Mas acho que essa juventude vem para somar. Vejo com bons olhos e com muita alegria. Porque, antes, eles eram vistos como costureiras e, agora, chegam com uma visão diferenciada. Essa nova geração vem para agregar e nós também podemos aprender com ela. Vejo como um lado positivo.

Como lida com o tempo para se dedicar ao trabalho e à família?

É complicado, mas foi mais difícil no início, quando meus filhos ainda eram pequenos. Agora, a mais nova já tem 20 anos e, hoje, não tenho tanta dificuldade em lidar com isso. Mas ainda sinto que exagero, porque me dedico muito ao meu trabalho. Outro detalhe atual que ajuda muito são as mídias sociais, pois posso estar em casa e estar pesquisando, falando com clientes. Esse nosso mercado é muito sacrificante, porque as noivas demandam muita atenção. Mas a minha família é uma prioridade, e sempre estamos juntos. Até porque já trabalho em família. Isso também facilita.

De que forma cuida da saúde?

Sou muito relapsa, não estou dentro da geração saúde e preciso melhorar. Sempre me cuido, mas tomo meu vinho no fim de semana. Faço pilates raramente e tenho projeto de voltar com tudo em breve. Já com a alimentação, sempre tenho atenção, faço dieta. E com essa preocupação estou mantendo peso há tempos.

Como espera que esteja sua vida pessoal e profissional daqui a uma década?

Pretendo me aposentar depois dos 65 anos e olhe lá! Ainda tenho uns 20 anos pela frente para trabalhar muito e pretendo continuar amando o que eu faço. Eu vejo meu trabalho como um dom. Amo minhas noivas e clientes. Isso não é demagogia! Quero continuar proporcionando essa alegria para elas. Não tenho ambição de expandir, porque acredito que ateliê tem que ser mais intimista mesmo, até pela atenção que quero demandar para minhas noivas. Sou muito feliz, realizada e compensada com cada cliente que vem e fica feliz. Eu verdadeiramente faço o que eu gosto e encaro como uma missão, um talento que Deus me confiou.

Ainda tem algum sonho a realizar?

Ver minha filha Maria Victória casando e estar viva para vesti-la de noiva. Também ficaria realizada em poder vestir a minha nora, quando meu filho Erick for casar. Pessoalmente, tenho o sonho de conhecer Jerusalém e sentir de perto toda a história de Jesus. 

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