HOME Notícias
Um ano de coronavírus: há exatos 365 dias, OMS declarava pandemia

A mudança da terminologia, que antes estava em epidemia, foi anunciada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, que chamou atenção para o aumento do número de casos fora da China

Foto: Divulgação

Cerca de três meses após o primeiro caso do novo coronavírus em Wuhan, cidade no centro da China, e 13 dias após o primeiro caso no Brasil, a Organização Mundial de Saúde declarou que essa nova doença, pouco conhecida por cientistas e que já estava se espalhando pelo globo, já caracterizava uma pandemia. A declaração foi em 11 de março de 2020, há exato um ano, e marca 365 dias de mudanças, aprendizados e, claro, muita saudade e memória. 

A mudança da terminologia, que antes estava em epidemia, foi anunciada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, que chamou atenção para o aumento do número de casos fora da China. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado no dia 26 de fevereiro. No Ceará, os três primeiros infectados foram relatados no 15 de março. 

365 dias após o anúncio, o mundo já registra 2.621.944 vidas perdidas pela doença. No Brasil, que vive seu pior momento desde o começo da pandemia, são 270.917 nomes e histórias interrompidas pelo vírus, sendo 2.349 somente entre terça e quarta-feira, 9 e 10, um novo recorde negativo para o País. 

Mesmo com o número, oficiais sem máscara, discursos politizados sobre a doença e festas clandestinas ainda são imagens presentes no País, em que grande parte dos estados já ultrapassa 80% da lotação das UTIs. 

Os 365 dias passados desde o anúncio não passaram sem deixar marcas ou memórias. “Foi um ano muito grande, um ano que valeu por uma década. A gente aprendeu muito como cidadão, profissional da saúde, cientistas. Dividindo em duas grandes alas de organização, que seriam os cuidados com a saúde pública, a gente aprendeu a importância do sistema de saúde, tanto os universais quanto os nossos…”, reflete o infectologista, Dr. Keny Colares. 

Infectologista, mestre e doutor em Ciências Médicas pela FMRP-USP, o doutor também é consultor em infectologia da Escola de Saúde Pública do Ceará e membro do Centro de Operações de Emergências em Saúde da Sesa-CE, além de pesquisador e professor da Pós-Unifor. 

Segundo ele, apesar de todos os acontecimentos que ocorreram no ano, ainda há muito o que ser melhorado, tanto na gestão da pandemia quanto na credibilidade de certos medicamentos. Defendendo o Sistema Único de Saúde e criticando a ideia do tratamento precoce, o médico ressalta a necessidade da saúde pública. 

“A gente não está tendo a situação mais calamitosa porque tem o SUS, que tem suas deficiências, mas que está prestando atendimento a talvez 3/4 da população brasileira que não tem acesso a plano de saúde”. 

Apesar dos “poréns”, o doutor elogia o crescimento do tratamento e do conhecimento em geral sobre a doença, o que contribui para a queda da mortalidade e para o uso de outras técnicas para impedir a intubação dos pacientes, relembrando as falha do começo da pandemia e que já não são mais cometidas. Ressaltando também a eficácia do isolamento social, o doutor também defende a vacinação. 

Com ritmo lento e um número limitado de doses, o País vem imunizando a primeira fase do grupo prioritário, entre maiores de 75 anos e profissionais de saúde. Até está quinta-feira, 11, apenas 4,76% da população havia sido vacinada pelo menos com a primeira dose, de acordo com dados do site G1.

 

PUBLICIDADE